Para quem não conhece, a Tesla Motors (here) vem dando tapas com luvas de pelica nos últimos anos, nos céticos e inimigos do carro eléctrico. Seu primeiro modelo, o Tesla Roadster, é um sucesso de vendas, com desempenho de esportivo puro-sangue e custo de manutenção de carro popular. Faz de 0 a 100 em 3,5s e roda 350km com uma só carga. Na cidade, no anda-e-pára em baixa velocidade, pode-se esquecer a bateria. Aqui a impressão de quem o dirigiu.

Um dos “segredos” da Tesla é a opção pela simplicidade, ela utiliza milhares de pinhas de íons de lítio que são facilmente acomodadas pelo carro, em vez de placas projectadas especialmente para este ou aquele modelo. Sem complicações ou desejo de impressionar pelas siglas, os custos caem e a marca impressiona pelo desempenho, que é para o que o carro serve. Ainda assim o Roadster custa quase US$ 100.000,00.

Prometido há cerca de dois anos, o Tesla Model S, para cinco ocupantes, mais dois em bancos ocultos no porta-malas, está pronto e com fila de espera. Por cerca de US$ 50.000,00 (lá, é claro) o feliz proprietário leva para casa um carro silencioso, capaz de ir de zero a cem em cerca de 5,65s, e até menos na versão mais esportiva. Máxima de 210km/h, com limitação electrônica. Reportagens no site da Tesla, em inglês, aqui.

Capaz de rodar até 500km, ele tem a recarga completa em cerca de quatro horas, em uma tomada de 200v. Ou seja, dá para se viajar nele tranqüilamente.

Ao contrário do que pode parecer, e foi divulgado, o “S” não é de sedã, está mais para social, pois trata-se de um fastback com tampa traseira bastante ampla, descendo até o pára-choque trseiro, o que facilita muito a carga e descarga do porta-malas… inclusive dos cunhados que lá estiverem, nos bancos extras. Os 4,97m de comprimento garantem o conforto dos caronas extras. É um carrão americano típico, mas sem os vícios de antigamente.

As baterias ficam sob o assoalho e a carroceria foi feita com estudos aerodinâmicos exaustivos, o que garantiu ao mesmo tempo bom espaço para passageiros e bagagem, e o excelente desempenho do carro. Ao contrário do que normalmente acontece, o estilo não foi prejudicado pela funcionalidade. O desenho é interessante de qualquer ângulo, inclusive pelo teto de vidro, que enfrentará problemas no Brasil, tanto pelo sol quanto pelo vandalismo a que ainda estamos sujeitos todos os dias.

Por enquanto nenhuma das vinte e seis revendas oficiais está no Brasil. Quem quiser, terá que importar de forma independente, o que vai aumentar bastante a conta. Como consolo, não há riscos de uma gasolina adulterada ou com excesso de etanol estragar o motor.

Além da parceria com a Lotus, que fica clara no desenho do Roadster, responsável pela rigidez e baixo peso da estrutura, a Tesla também firmou uma parceria (aqui) com a Toyota, para a produção do Rav4 eléctrico. O modelo já apareceu com motorização eléctrica, mas foi um fiasco. Para 2012 há esperanças de que a Tesla lhe dê fôlego e custos decentes.